Lição 5 - Tzniut, a essência de uma mulher

Podemos perguntar - O que há tanto para falar sobre tzniut? Não é o pudor apenas uma das facetas de Avodat Hashem (serviço de D’us) de uma mulher? Para que possamos descobrir o papel da tzniut no Avodat Hashem de uma mulher, comecemos por analisar sua criação:
Quando Hashem formou a primeira mulher, Chavah, está escrito em Bereshit (Gênesis) 2:22: "Vaiven et haTzela".

O Medrash (ensinamentos de nossos Sábios) explica que a palavra "Vaiven" vem da palavra, "Leitbonen" - para contemplar. Hashem estava contemplando a partir de qual órgão de Adam, Ele deveria criar Chavah. Ele então resolveu criá-la a partir da tzela - a costela oculta de Adam. Por que D'us decidiu criar Chavah especificamente desse órgão? "Para que ela fosse modesta."

E então Hashem proclamou na criação de cada um dos seus órgãos: "Você será uma mulher Tzanua - modesta. Você será uma mulher modesta." Hashem repetiu isso o tempo todo de novo, para nos ensinar que a tzniut é a essência da criação de uma mulher.

Rabi Ephraim Wachsman Shlita revela que a partir daqui é que nós aprendemos que o objetivo de tudo o que aprender e ensinar a nossas meninas é para chegar ao cumprimento deste versículo, a finalidade da nossa existência: "Você deve ser modesta - tzanua".

Rebetzin Shaindy Blumings assinala que, na criação de todos os órgãos de Chavah, Hashem não disse o seguinte: para os olhos: "Você só verá locais permissíveis"; para os ouvidos: "Você só deve ouvir conversa apropriada"; para a cabeça: "Você só deve pensar pensamentos puros". Para cada órgão Hashem anunciou a mesma proclamação: "Você deve ser tznua - modesto". Isso nos ensina que quando uma mulher é tznua, todas as suas outras qualidades automaticamente brilham e ela tem a possibilidade de cumprir o seu potencial máximo.

Daqui podemos compreender a conclusão impressionante do Maharal: O elogio final de uma mulher e o mais alto nível que ela pode atingir é o recato - tzniut."

Isso pode ser comprovado a partir de uma Guemará interessante que nos diz que uma pessoa merece um parceiro de casamento de acordo com seus atos. Então a Guemará explica concretamente como isso funciona, já que poderíamos esperar que a Guemará declará-se: "Um Tzadik (Justo) irá merecer uma mulher justa enquanto um Rashá (perverso) irá casar com uma mulher malvada".

Todavia, os nossos Sábios queriam ter certeza de que saberíamos qual é a conotação de uma mulher justa e, portanto, a Guemará explicitamente nos diz: "Um Tzadik irá merecer uma mulher modesta/recatada e um Rashá irá casar com uma mulher sem recato". Isto mostra-nos que o mais alto nível de virtude para uma mulher é a Tzniut. (Sotah 2)

Sabemos que as nossas Imahot (matriarcas) foram elogiadas por sua Tzniut (recato,modéstia) e Chessed (bondade). Portanto, a Guemará informa que na busca de um Shiduch (parceiro) louvável, deve-se olhar para uma garota que tem os traços de Modéstia e Chessed. Porque, se ela tem essas duas virtudes, ela será automaticamente excel em todas as boas características.

Aprendemos aqui que Tzniut traz uma mulher para o mais alto nível de espiritualidade. Isso explica a analogia do Chazon Ish: "O que a Torá é para um homem, Tzniut é para uma mulher". Ou seja, assim como o estudo da Torá é a mitzvá mais fundamental do homem, assim também Tzniut é a mitzvá mais fundamental para uma mulher.

Além disso, a aprendizagem da Torá fortalece um homem contra a sua Yetzer Hará (má inclinação), como está escrito em Kidushin 30: "Eu criei a má inclinação, mas Eu criei a mitzvá do estudo da Torá como seu antídoto".

Portanto para nós mulheres que não têmos a mitzvá de estudar a Torá, que mitzvá poderá ajudar a fortalecer-nos contra a nosso Yetzer Hará? E a resposta já está clara – é a mitzvá de Tzniut que irá nos ajudar a superar todos os nossos desafios espirituais.

Este conceito explica a seguinte declaração que o Gaon de Vilna fez a sua mãe: "Mãe, eu sei que você está acima do Mussar contido nesta carta, porque você é uma mulher Tzanua". Desde que a mãe do Gaon de Vilna era extremamente modesta, ela naturalmente possuía as ferramentas para ajudá-la a superar seu Yetzer Hará.

Ainda assim algumas de nós poderão alegar: "Eu sou uma pessoa justa, eu dou generosamente a causas de tzedaká, eu ofereço-me para inúmeras organizações... Tzniut apenas não é o meu ponto forte."

Ora, Imagine se você estiver tentando uma vaga na área de ensino. Na entrevista, o empregador pede-lhe: "Então, quais são suas qualidades?" Você, então, responde: "Eu cozinho bem, eu sou uma dona de casa muito organizada e eu tenho talento musical". Porém quando o entrevistador lhe pergunta: "E suas habilidades de ensino?" e você responde: "Oh, o ensino apenas não é um dos meus pontos fortes".

Na verdade, uma mulher pode realizar muitas boas obras. No entanto, se não for modesta, ela é extremamente carente na essência de sua existência.

Assim como as ondas do oceano tem fluxo ascendente, desejando voltar para sua origem e fazer parte das águas a partir da qual foram separadas, assim também, cada pessoa anseia por voltar para sua fonte. Assim quando somos modestos, nós encontramos a serenidade interior, porque estamos cumprindo a nossa essência - o pensamento sobre o qual Hashem nos criou.