Lição 6 - Tzniut

Aprendemos que tzniut é a essência de nossa criação. No entanto, como podemos dominar esta mitzvá com sucesso? Shlomo Hamelech (Rei Salomão) nos dá a resposta: "Suga BaShoshanim" (Shir Hashirim - Cântico do Canticos, 7:3) - uma cerca de rosas vai nos impedir de violar a mitzvá de Tzniut. Sabemos que uma cerca de rosas pode ser facilmente trespassada. Como, então ela poderá impedir uma pessoa de transgredir?

Rav Gifter, zt"l, explica que a eficácia de uma cerca de rosas reside na sua beleza. Não há nada que de fato impeça sua violação, exceto uma compreensão e apreciação do seu esplendor. Essa valorização cria um desejo forte na pessoa para preservar a beleza das rosas e não pisar sobre elas.

Assim é com a mitzvá de modéstia. Apreciando o valor da Tzniut vai criar dentro de nós um desejo de preservar a beleza da mitzvá e a cumpri-la com grande amor e diligência. Quanto mais se cumprir a mitzvá, maior será o nosso apreço pela sua beleza.

Como podemos identificar a nós mesmos? Alguns de nós podem corresponder a uma ou mais das seguintes descrições: "dona-de-casa organizada, uma mãe dedicada, uma aluna aplicada, uma professora qualificada, uma secretária de confiança ..."

No entanto, há uma descrição abrangente que define todas nós: "Bat Melech - filha do Rei". Nós somos princesas, descendentes de uma linhagem Real.

Quando nos identificamos como filhas do Rei, vamos descobrir que Tzniut vai se tornar natural para nós. Vai tornar-se nosso modo de vida: como andar, falar, vestir e se comportar tanto em casa como fora de nossa casa. Pois uma verdadeira filha do Rei exala modéstia por onde ela passa.

Saiba, portanto, que as leis de modéstia - Tziniut - retratam nossa nobreza e estreita relação com o Rei.

Imagine se um fazendeiro se aproxima-se dela com a seguinte proposta: "... Sua coroa deve estar tão pesada. Aqui, fique com o meu sombrero ao invéz. Ele é muito mais leve." A rainha certamente se compadeceria do humilde agricultor e lhe explicaria: "Esta coroa simboliza o meu status Real. Embora seja pesada, eu não a trocaria por nada nesse mundo..."

Nosso trajar modesto é a nossa vestimenta Real a qual não trocariamos por nada nesse mundo. Vamos usá-la com orgulho.

Imagine que você se aproximaria de uma pessoa que passa a maior parte de seu dia na praia vestida com seu traje de banho e touca, e você vem informá-lo: "Você acabou de ser eleito presidente. Mas há uma condição para voce assumir: você tem que mudar a sua maneira de se vestir. Você terá que usar um terno, gravata e calças compridas".

Como você acha que a pessoa reagiria? Você por acaso imagina que ele diria: "Esqueça isso, eu não estou interessado", ou que ele consideraria uma honra se vestir como convém a um presidente?

"Ashreinu Ma Tov Chelkeinu" - "Como somos sortudas por ter nascido na Realeza.

Algumas mulheres podem afirmar: "Eu não estou interessada em retratar a imagem de uma Princesa Real. Eu quero vestir o que eu achar melhor". Esta racionalização não é aceitável, como está escrito: "Melech SheMachal al Kevodo Ein Kevodo Machul (Ketubot 17)" - Um rei deve ser honrado mesmo que ele está disposto a abrir mão de sua honra.

Assim, também, mesmo se uma mulher está disposta a abrir mão de sua glória como uma princesa Judia, ela ainda é obrigada a viver de acordo com seu status. Pois ela nasceu na família Real, ela é a filha do Rei dos Reis.

Mesmo o mundo não-judeu relaciona a modéstia com a realeza. Nós podemos ver isso a partir do seguinte incidente:

Rebetzin Mann, a esposa do Rosh Yeshivá de Beis Hillel em Bnei Brak, ficou doente com a idade de 54 anos. Ela foi aconselhada a viajar para os Estados Unidos para uma cirurgia no cérebro.

Naquela época, os procedimentos de rotina antes da cirurgia eram feitos em uma ala central. Como tal, a Rebetzin estava preocupada como iria manter seus padrões de Tzniut sob tais circunstâncias. Mesmo assim o pessoal do hospital assegurou-lhe que todos os pacientes eram cobertos com lençóis.

Quando ela ouviu isso, a Rebetzin firmemente declarou: "Eu não irei lá". A enfermeira chefe, Audrey, foi igualmente enfática. "Você precisa se submeter, caso contrário não seremos capazes de tratá-la". A Rebetzin apenas repetiu baixinho: "Eu não irei lá!"

Foi somente então que o Professor Merken, o cirurgião que estava encarregado de executar a operação, veio visitá-la. A enfermeira chefe explicou ao médico que, devido aos padrões de modéstia da Rebetzin, ela se recusou terminantemente a entrar na ala para a rotina de preparação.

Então o Professor Merken comentou com a enfermeira: "Audrey", disse ele, "nunca antes eu havia encontrado uma pessoa assim. Prepare a Suite Presidencial. Estamos cuidando de uma Dignitária". O doutor então tratou de tranqüilizar a Rebetzin Mann e dirigindo-se a ela disse:

"Rebetzin, você pode ter certeza que você será atendida em estrita observância à sua fé. Eu nunca antes conheci ninguém como você. Temos uma sala especial de emergência no hospital reservada para o presidente e outras autoridades proeminentes. E eu vou pessoalmente providenciar uma autorização para que a senhora possa usá-la. Por favor, queira pegar o elevador para o sétimo andar, quarto 719. Eu virei consultá-la dentro de uma hora."

Quando o manto da realeza é usado com dignidade, ele é reconhecido por judeus e não-judeus também.

Ao vestir a nossa roupa Real, permita-se sentir orgulhosa de ter o privilégio de usar o uniforme de uma Princesa Judia.